Os cidadãos só farão ouvir a sua voz se capazes de se unirem em torno de causas nobres

Para que estes poderes imensos dos sistema partidários e governos deles saídos possam acalmar-se na sua fúria de delapidar a riqueza que resta da nação, os cidadãos unidos terão que exigir total transparência das contas públicas e da governação, e uma forma de governar que seja totalmente aberta aos cidadãos em geral.


Isto de molde a permitir também que em qualquer momento os cidadãos possam inquirir, e com toda a legitimidade, quer o governo quer os deputados, sobre as leis, as politicas e as práticas de governação em curso.


Sem estas medidas os governos continuarão a manipular este pobre povo e a governar de forma aviltante e na mais absoluta perversão, com o estado e os "pulhiticos" sempre a servirem-se dos cidadãos, e não o contrário!


A democracia é uma construção e um aperfeiçoamento continuado e não algo que está pronto a ser servido apenas de 4 em 4 anos, com o direito de ir votar!


Francisco Gonçalves in 23Jan2013


Um exemplo será  a implementação de uma Declaração de Princípios Governamentais Abertos a adoptar pelos poderes centrais e locais :
"Com o desenvolvimento de novas tecnologias e uma população cada vez mais conectada e engajada, uma crescente pressão foi colocado nas [cidades] e nos líderes do governo, no sentido de adoptarem práticas de governo aberto que irão promover a transparência, a participação cidadã e colaboração. A fim de mudar a forma como o governo funciona, prestação de serviços públicos mais eficazes, e estabelecer uma democracia mais robusta, [Nome Concelho] adopta os seguintes princípios de governo aberto (..)."




Ou vamos continuar apenas a ser um Povo Resignado e Dois Partidos sem Ideias !??


Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas; um povo em catalepsia ambulante, não se lembrando nem donde vem, nem onde está, nem para onde vai; um povo, enfim, que eu adoro, porque sofre e é bom, e guarda ainda na noite da sua inconsciência como que um lampejo misterioso da alma nacional, reflexo de astro em silêncio escuro de lagoa morta. [.]
Uma burguesia, cívica e politicamente corrupta até à medula, não descriminando já o bem do mal, sem palavras, sem vergonha, sem carácter, havendo homens que, honrados na vida íntima, descambam na vida pública em pantomineiros e sevandijas, capazes de toda a veniaga e toda a infâmia, da mentira a falsificação, da violência ao roubo, donde provem que na política portuguesa sucedam, entre a indiferença geral, escândalos monstruosos, absolutamente inverosímeis no Limoeiro. Um poder legislativo, esfregão de cozinha do executivo; este criado de quarto do moderador; e este, finalmente, tornado absoluto pela abdicação unânime do País
.
A justiça ao arbítrio da Política, torcendo-lhe a vara ao ponto de fazer dela saca-rolhas.
Dois partidos sem ideias, sem planos, sem convicções, incapazes, vivendo ambos do mesmo utilitarismo céptico e pervertido, análogos nas palavras, idênticos nos actos, iguais um ao outro como duas metades do mesmo zero, e não se malgando e fundindo, apesar disso, pela razão que alguém deu no parlamento, de não caberem todos duma vez na mesma sala de jantar.

Guerra Junqueiro, in 'Pátria (1896)'

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