Como a fé religiosa e o dogma impediram o progresso da humanidade por 2000 anos.
A fé e a crença religiosa tiveram um impacto significativo na forma como a humanidade abordou o conhecimento, especialmente no Ocidente, durante os quase dois mil anos de domínio do cristianismo na Europa. A substituição gradual da ciência natural e da filosofia materialista por uma cosmovisão teocêntrica limitou o desenvolvimento de certos tipos de conhecimento científico, como os que Lucrécio e os filósofos materialistas da Antiguidade propuseram. Ideias como as de Epicuro e
Lucrécio, que explicavam o universo através de átomos e leis naturais, sem a necessidade de um deus, foram em grande parte suprimidas ou negligenciadas em favor de uma explicação que envolvia Deus como o criador e governante de todas as coisas.
1. Supressão do Pensamento Científico e Filosófico
- Com a ascensão do cristianismo como religião oficial do Império Romano e, mais tarde, com o domínio da Igreja Católica na Europa durante a Idade Média, houve uma progressiva substituição da ciência empírica e do pensamento racionalista por uma fé que considerava a Bíblia e a teologia como as principais fontes de conhecimento. O mundo natural passou a ser visto como criação de Deus, e qualquer tentativa de explicá-lo sem referência ao divino era considerada heresia ou blasfémia.
- Obras filosóficas como o "De Rerum Natura" de Lucrécio, que apresentava uma visão materialista e científica do universo, foram rejeitadas ou esquecidas durante muitos séculos. O domínio da cosmovisão cristã impedia que ideias científicas radicais como a teoria atomista ou a ideia de um universo sem um criador pessoal fossem discutidas amplamente.
2. Fé e Certeza Dogmática
- A fé cristã, especialmente em suas formas mais dogmáticas, sustenta-se na certeza e na autoridade divina, que não admite questionamento. O conhecimento religioso é visto como revelação absoluta, transmitida diretamente por Deus através das Escrituras Sagradas e da autoridade da Igreja. Assim, a fé não só nega a dúvida, como também considera o ceticismo em relação às verdades divinas como perigoso.
- Durante séculos, qualquer explicação do universo que não estivesse em conformidade com a doutrina cristã era considerada errada ou mesmo perigosa para a salvação das almas. Isso criou uma cultura de intolerância ao pensamento científico e racionalista, que frequentemente era visto como uma ameaça à ordem espiritual e ao controle social da Igreja.
3. O “Apagamento” de 2.000 Anos de Ciência
- Embora o cristianismo tenha influenciado o desenvolvimento de certas áreas do saber, como a teologia e a filosofia escolástica, houve um período, principalmente entre os séculos IV e XIII, em que as explicações científicas naturais baseadas em observações do mundo físico foram relegadas a um plano secundário. A ênfase na fé e nas explicações teológicas, como a Criação e a Providência Divina, eclipsou o progresso que a filosofia natural e o pensamento científico vinham fazendo desde a Antiguidade Clássica.
- Ideias sobre a natureza do universo, a composição dos corpos celestes e as leis físicas foram suprimidas ou reinterpretadas para se adequarem a uma visão cristã do mundo. Por exemplo, a astronomia de Ptolomeu, que colocava a Terra no centro do universo (geocentrismo), foi adoptada pela Igreja como a explicação correta e permaneceu incontestada até o Renascimento e o Iluminismo.
4. O Conflito entre Fé e Razão
- O conflito entre fé e razão atingiu seu auge durante a Inquisição, quando pensadores que questionavam a visão teocêntrica, como Galileu Galilei e Giordano Bruno, foram perseguidos. Galileu foi condenado por defender o heliocentrismo de Copérnico, que contrariava a crença estabelecida pela Igreja de que a Terra era o centro do universo.
- A ciência e a filosofia natural foram, em muitos casos, forçadas a submeter-se ao dogma religioso, o que resultou em um atraso científico. No entanto, esse conflito entre fé e razão também levou ao desenvolvimento de novas formas de pensamento durante o Renascimento, quando o redescobrimento de obras como o "De Rerum Natura" ajudou a alimentar o movimento científico que culminaria no Iluminismo.
5. Redescoberta no Renascimento e no Iluminismo
- Com o Renascimento, a Europa redescobriu as obras da Antiguidade Clássica, incluindo as de Epicuro, Demócrito, e Lucrécio. Este período foi marcado por uma tentativa de reconciliar o conhecimento clássico com a visão cristã do mundo, mas também deu início a uma nova era de investigação científica que desafiava o monopólio da fé sobre a explicação do cosmos.
- O Iluminismo, no século XVIII, foi um ponto de viragem significativo. A partir dessa época, a razão e a ciência começaram a ganhar maior protagonismo, e a fé e a superstição começaram a ser vistas como obstáculos ao progresso humano. Pensadores como Voltaire, Diderot, e Newton contribuíram para a visão de que o universo poderia ser explicado sem recurso ao sobrenatural, retomando muitas das ideias materialistas que haviam sido suprimidas.
6. Impacto a Longo Prazo
- Embora o domínio do pensamento cristão tenha retardado o desenvolvimento da ciência, a ciência moderna finalmente floresceu com a Revolução Científica dos séculos XVI e XVII, que foi uma espécie de renascimento das ideias racionalistas e empíricas que tinham sido defendidas por filósofos como Lucrécio.
- No entanto, é importante notar que a relação entre o cristianismo e o progresso científico não foi unicamente de conflito. Houve também momentos de colaboração, especialmente no âmbito de filosofia natural e matemática. Muitos cientistas eram também cristãos, como Isaac Newton, que viam suas descobertas científicas como formas de compreender melhor o mundo criado por Deus.
Conclusão
A fé cristã, com sua confiança em dogmas inquestionáveis, de fato eclipsou durante séculos a investigação racional sobre a natureza do universo e da vida. A ciência materialista de Lucrécio e Epicuro, que explicava o mundo por meio de átomos e leis naturais, sem a necessidade de um deus, foi suprimida por quase dois mil anos devido ao domínio da teologia cristã. No entanto, o redescobrimento das ideias da Antiguidade Clássica durante o Renascimento e a subsequente Revolução Científica permitiram que a ciência voltasse a florescer.
Hoje, o avanço científico e a exploração de questões fundamentais sobre a natureza do universo, iniciados por filósofos como Lucrécio, estão no centro da compreensão moderna do mundo, enquanto o papel da fé continua a ser uma questão individual e espiritual, separada das explicações científicas. A ciência finalmente recuperou seu lugar, mas o impacto prolongado da fé e da crença na história do pensamento é um testemunho do poder das ideologias religiosas em moldar a trajectória da civilização.
FG / Fonte : CHATGPT (c)
19 Oct 2024
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