Um país falido à deriva e os portugueses completamente divididos !


Quando os portugueses são confrontados com a maior crise económica, financeira e social da sua história, e perante as evidência de um país com uma economia das mais frágeis da Europa, sem capacidade de criar riqueza, de mobilizar investimento nem projectos, e mesmo "parada no tempo", estes preferem continuar a mergulhar a cabeça na areia, insistindo em não querer ver a realidade que os circunda, e os arrasta cada vez mais para o abismo.

"Pior cego é aquele que não quer ver", mas pior que não querer ver é mesmo não querer sequer tentar racionalizar o que os seus olhos vêem e o que os seus ouvidos estão fartos de ouvir, e insistir em negar todas as evidências !
Estamos perante uma crise de contornos demenciais, em que foi pedida a intervenção do FMI e do Fundo de Assistência da UE e o que estes mecanismo em si contemplam, e o próprio governo admite já mesmo, que o país está a necessitar de um fundo de auxílio de (vejam bem, pensem!!) de mais de 90 mil milhões de euros nos próximos dois anos. E este cenário de hoje teria sido poupado se o governo tivesse recorrido ao FMI e ao fundo de estabilização da EC, há pelo menos um anos atrás e pela certa as consequências que hoje temos pela frente não seriam tão gravosas. E isto é um facto e também aqui "pior cego é o que não quer ver". Só pura demagogia pode negar a mais perfeita evidência!

E eu vou tentar explicar isto por palavras e exemplos mais simples. Se um cidadão deixa de ter capacidade para mensalmente honrar os seus compromissos financeiros num determinado momento x, quanto mais demorado for o seu pedido de ajuda a uma entidade financeira (Banco ou outra), para tentar equilibrar as suas finanças domésticas, maior vai ser a sua dificuldade, ou até pode dar-se o caso de já nem sequer ser possível o seu socorro, e o resultado será a mais absoluta falência. Pois com o país passou-se exactamente o mesmo.

Apenas com uma pequena diferença, é que Portugal tem um governo, nomeado por todo o povo português, supostamente através de eleições, e que é entre outras coisas este é responsável por gerir, e gerir bem, as nossas finanças e alertar o país para todas as dificuldades que possam surgir, e envidar todos os esforços e tomar as necessárias providências no momento certo, e não quando lhe dá na real "gana", ou porque apenas está a servir interesses meramente partidários ou de calendários eleitorais, pondo assim criminosamente os interesses individuais e de grupos acima dos superiores interesses da Nação. O que afinal parece, terá sido o motivo, embora seja necessário que estas razões sejam apuradas devidamente, já que elas configuram um abominável crime perpetrado de forma consciente contra a nação.

E foi o que aconteceu, e agora Portugal e os Portugueses, porque não foram tomadas as medidas que se impunham já há um ano atrás, e se deixou arrastar até ao limite da sua mais grave situação de insolvência do País, vão ter que suportar encargos e sacrifícios, ainda bem mais duros e por muitos mais anos! Esta é também a realidade e não vamos conseguir fugir dela por mais que não a queiramos aceitar, a neguemos e fechemos os olhos, ignorando-a. Ela acabará por nos bater à porta de cada um de nós fatalmente.
Esta é a realidade Povo do meu País, e não ajuda mesmo nada continuarmos a especular sobre mercados, agências de "rating" e outras causas, porque os únicos culpados foram o governo de Portugal e todos os Portugueses, que também não tendo exercido a adequada cidadania, deixaram que um governo, no mais perfeito desvario nos tivesse conduzido à hecatombe e à mais completa situação de falência da história do país !

Continuar ainda por cima a insistir em camuflar mesmo a realidade, e ao mesmo tempo tentar encontrar bodes expiatórios para os nosso problemas, é querer continuar a perpetuar o problema, e não o tentar sequer resolver. O que, deverão todos concordar comigo, é de uma total insensatez e demonstra até a maior irresponsabilidade de todos nós como Povo e o nosso maior falhanço como Nação.
O nosso grande problema está em que, tal como referi atrás, Portugal está insolvente, isto é não tem mais dinheiro a partir do mês de Julho (palavras do Ministro das Finanças), para fazer face aos compromissos do estado, de pagar ordenados da função pública, reformas, subsídios e todos os outros gastos de uma máquina pesada e monstruosa. Para que esta situação, que é apenas e só nossa culpa, insisto e repito, possa de imediato ser resolvida sem que o país entre na mais completa e absoluta falência, com todas as consequência até inimagináveis, será necessário que os tais "mercados" maus, feitos e porcos, estejam dispostos a injectar dinheiro fresco no estado, na banca e no país em geral, embora claro só com o mais seguro aval de instituições credíveis como o FMI !
Este é o estado do estado do país e como o estado são os portugueses, quem vai suportar isto tudo, não preciso mesmo de vos dizer que é, pois não?

Tal como quando temos um acidente de automóvel, em vez de enfrentar a situação, e logo começarmos a actuar no sentido da sua resolução, ao invés desatamos a praguejar pelos sete cantos e a dizer que a culpa foi da chuva, da neve, do gato, do periquito, da companhia de seguros, ou seja lá de quem mais se lembrem!! Como certamente concordarão comigo esta actuação seria insensata e nenhum de vós por aí enveredaria. Certo?

Pois com a actual situação da Nação, os portugueses devem exactamente retomar a sua inata sapiência e o bom-senso (quer é algo de natural na consciência humana) e pensar que não adianta continuar a culpar ninguém do exterior, quando a culpa é toda nossa, e quem nos conduziu ao abismo mora mesmo dentro da nossa casa. O país é nosso, somos nós que o governamos, embora por um grupo alargado de cidadãos em quem tais funções delegamos, e pelos vistos muito mal. E como agora temos que arcar com as consequências, certo?

O que importa, e é aí que os portugueses todos têm que se focar, em minha modesta opinião, é que face ao diagnóstico que todos já fizeram, e de que Medina Carreira até já é um autêntico porta bandeira, é que todos passemos a trabalhar e a pensar em encontrar soluções para nos tirar desta situação de falência TOTAL, em que nos encontramos, numa primeira fase. E que também desde já comecemos a pensar, e muito, sobre o que queremos do futuro e o que temos de fazer (não dizer) para que o país possa voltar a ser um lugar de alguma prosperidade e onde volte a ser possível aos portugueses e suas futuras gerações não só terem lugar, como lhes ser permitido sonhar e voltar a ter esperança de virem, pelo menos a ser um povo feliz.

É pois este o essencial da minha mensagem bem simples e objectiva, e o conselho de que, qualquer ruído que seja produzido dentro ou fora dos país, pelos media, manipuladores de opinião ou outra gente, que apenas tem como estratégia "dividir para reinar", por certo não quer o bem do povo português, mas antes o perpetuar do que se tem passado no país durante os últimos 100 malogrados anos de república, e a história está aí para vos o recordar.
Os portugueses têm, para que voltem a poder ter um país com hipóteses de futuro, não mais se deixar manipular nem escravizar por grupos de interesses e partidos, e apenas se focalizarem e exigir uma governação transparente e justa, uma justiça eficaz, e um estado que funcione eficientemente e com os menores gastos possíveis, ou seja perfeitamente optimizado e tirando seguro partido das ultimas tecnologias, que para esse efeito a humanidade já fez o favor de nos pôr ao dispor.

Ao mesmo tempo deverão exigir soluções para nos fazer sair desta falência absoluta, e quais as estratégias que deverão ser escolhidas para permitir que o país volte a crescer, a criar mais riqueza e a ser mais produtivo e competitivo no quadro da actual economia globalizada. E sobretudo não deixar que sejam apenas os governos a discutir as alternativas, mas impor a estes que as mesmas sejam amplamente discutidas e trabalhadas no seio de organizações independentes de cidadãos, e só após amplo consenso nacional possam vir então a ser implementadas.
Esta é a única luta em que vale a pena os portugueses se empenharem a fundo, e com todas as suas forças, porque do seu actual empenho, e focado apenas no que atrá referi, vai depender o futuro ou não desta nação portuguesa.

Tudo o que vos disserem em contrário do que eu aqui referi, apenas servirá para nos dividir a todos e mais uma vez permitir que apenas uma classe de políticos oportunistas e usurpadores ocupem o poder e manipulem, governando no seu único interesse, e continuando criminosamente a perpetuar o escândalo de uma sociedade injusta que nos escraviza, colocando sempre os seus mesquinhos iinteresses individuais acima do colectivo, e sobretudo tendo sempre uma actuação nada democrática e que nega o princípio de uma nação supostamente livre, que é o de ser sempre "forte com os fracos e fraca para com os fortes!!".

Está portanto nas mãos de todos nós portugueses, nos sabermos unir com dimensão fraterna e de forma inteligente apelando às nossas capacidades gregárias e de vivência respeitável em comunidade, e percebermos finalmente o que está em jogo e assumirmos corajosamente que o nosso futuro passa sobretudo pelas nossas mãos, e tal é a única opção sensata de que vos tenho vindo a falar.
Ou então a alternativa será o caos e mais do mesmo, ou seja aquilo que o povo portugues tem vindo a sofrer e a amargar continuadamente, deixando que a actual paranóia dominante vos catalise e vos tire todas as energias para qualquer acção mais positiva, ou de intervenção minimamente com alguma relevância.

As escolha é vossa!! e de todos nós. Julgo que vale a pena todos nós reflectirmos sobre isto!

Só a união faz a força e a força é tanto mais eficaz, quando maior conseguirmos seja limitado o seu foco de incidência.

Sempre, por Portugal, pelos Portugueses e pela implementação de uma sociedade verdadeiramente democrática, no mais estrito cumprimentos da constituição, de sucesso e sustentabilidade assegurada !

Francisco Gonçalves
Francis.Goncalves@Gmail.com
13 April 2010

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