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A massa de que são feitos os patrões de Portugal !

A Cultura Empresarial em Portugal: Um Obstáculo à Produtividade e ao Desenvolvimento



A cultura empresarial em Portugal tem sido, ao longo dos anos, marcada por uma série de práticas nocivas que comprometem não apenas o desenvolvimento económico do país, mas também a qualidade de vida dos trabalhadores. A gestão empresarial lusa ainda está enraizada em modelos ultrapassados, com uma abordagem hierárquica baseada no autoritarismo, na falta de respeito pelos colaboradores e na ausência de estratégias modernas de liderança.

A Falta de Liderança e o Desprezo pelos Colaboradores

Os patrões portugueses, de um modo geral, apresentam uma cultura geral reduzida, o que os leva a não compreenderem a importância de uma liderança eficaz. A visão predominante é a de que os colaboradores são meros empregados, subjugados ao seu comando, muitas vezes tratados como inferiores. A falta de respeito e de consideração, tanto a nível pessoal como profissional, é uma característica comum nas relações laborais em Portugal.

A organização das empresas é frequentemente deficiente, baseada em modelos arcaicos que favorecem a “mesmice” e a resistência à inovação. Os gestores parecem ignorar princípios fundamentais da psicologia humana e da gestão moderna, o que resulta em um ambiente de trabalho marcado pelo desânimo, frustração e exaustão.

O Uso Abusivo do Poder e a Falta de Estratégia Empresarial

Uma das práticas mais prejudiciais é o uso constante e abusivo do poder. Em vez de conquistar o respeito e a lealdade dos seus colaboradores por meio de uma gestão eficiente e humanizada, os patrões portugueses preferem impor a sua autoridade de forma arbitrária. Esta abordagem desgasta o ambiente de trabalho e mina a produtividade. Como Napoleão Bonaparte disse, “o poder que lhes é conferido não é para ser usado, pois de cada vez que se usa, vai-se gastando”. No entanto, este conceito parece ser amplamente ignorado no panorama empresarial português.

Outro problema grave é a falta de planeamento estratégico. Muitas empresas operam com 80% de improvisação e apenas 20% de planeamento, o que torna qualquer crescimento sustentável praticamente impossível. Os gestores não têm uma visão clara dos objectivos a atingir e não são capazes de delegar tarefas de forma eficiente. Prefere-se a adulação e a subserviência em detrimento da competência e do profissionalismo.

A Prática do Assédio Moral (Mobbing)

Um dos problemas mais alarmantes no mercado de trabalho português é o assédio moral, ou “mobbing”. Trata-se de um crime perverso que se tornou prática comum nas relações laborais, sem que haja legislação eficaz para combatê-lo. Muitos trabalhadores são vítimas diárias deste tipo de abuso, sofrendo consequências gravíssimas para a sua saúde física e mental.

O impacto do assédio moral vai além do sofrimento individual. Ele afecta directamente a produtividade das empresas, gerando um grande número de baixas médicas e, consequentemente, um prejuízo significativo para a economia do país. Estima-se que mais de 100.000 trabalhadores em Portugal sofram diariamente com este tipo de abuso.

A Falta de Moralidade e o Problema da Fuga aos Impostos

Outro aspecto preocupante é a moralidade duvidosa de muitos empresários portugueses. O foco excessivo no lucro leva-os a ignorar compromissos fiscais e obrigações legais, recorrendo frequentemente à fuga aos impostos. O Estado, por sua vez, parece ser conivente com essa prática, demonstrando pouca eficácia na fiscalização e punição dos infractores.

Essa cultura de impunidade não apenas prejudica os trabalhadores, mas também mina a confiança no sistema económico e nas instituições do país. Enquanto os pequenos e médios empresários lutam para sobreviver dentro da legalidade, grandes empresas e poderosos gestores continuam a operar fora das regras, sem consequências reais.

Conclusão: Um Modelo Insustentável

A gestão empresarial em Portugal está repleta de falhas estruturais que comprometem seriamente a produtividade, a inovação e o bem-estar dos trabalhadores. A insistência em modelos autoritários e obsoletos, aliada à falta de visão estratégica e ao abuso do poder, impede qualquer progresso significativo.

Para que o país possa avançar e tornar-se mais competitivo, é fundamental uma mudança de mentalidade. É necessário que os empresários compreendam que o verdadeiro sucesso empresarial está na valorização dos seus colaboradores, na adopção de boas práticas de gestão e no respeito pelas normas éticas e legais. Sem essa transformação, Portugal continuará a enfrentar os mesmos desafios e dificuldades que o têm mantido estagnado por décadas.

Afinal, qualquer ferreiro ou sapateiro na Idade Média faria igual, ou talvez até melhor, do que muitos dos “gestores” que hoje comandam empresas no país.

Por : Francisco Gonçalves

email: francis.goncalves@fgoncalves

Imagem gerada por cortesia do Chatgpt


Estima-se que existam mais de 100,000 trabalhadores a sofrer diáriamente na pele estes atentados por parte dos "patrões" e suas "chefias", contra os seus empregados nos próprios locais de trabalho. Para mais detalhes sobre este fenómeno :
Há assédio moral em excesso no trabalho e nas empresas em Portugal - Como fica a colaboração e o "Team-Working" nas empresas? ( http://fgonblog.blogspot.com/2009/05/ha-assedio-moral-em-excesso-no-trabalho_06.html ).

Eu por último apenas acrescentaria que qualquer ferreiro ou sapateiro na Idade Média faria o mesmo, ou até melhor!

Mia Couto acrescentará algo mais e dirá melhor que eu : ( http://www.facebook.com/notes/francisco-goncalves/pobres-dos-nossos-ricos-/10150192378884925 ).

1) A Gestão de talentos no Séc XXI - ( https://docs.google.com/present/view?id=ajkr37d8bd33_11613hfgc2jdx ).

Comentários

Unknown disse…
O que aconteceu entre 1536 e 1821 em Portugal e nos países do sul mostra bem ao que chegou esta geração de gente atrofiada pelo medo e subserviência !!!

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