A pobreza e o atraso no desenvolvimento de Portugal.

A pobreza e o atraso no desenvolvimento de Portugal.


O atraso de Portugal, em termos de desenvolvimento social, económico e político, pode ser atribuído a uma combinação de fatores históricos, estruturais e contemporâneos. Alguns dos principais são:

  1. História colonial e isolamento: A era colonial, que durou até 1975 com a Revolução dos Cravos, deixou o país em uma situação de subdesenvolvimento em comparação com outros países europeus. O isolamento durante a ditadura do Estado Novo (1933-1974) também impediu o acesso a inovações e avanços sociais e tecnológicos.

  2. Ditadura e falta de modernização: O regime autoritário impediu reformas políticas e sociais importantes. A economia foi baseada em setores tradicionais e menos dinâmicos, como a agricultura e a pesca, enquanto a educação e o investimento em infraestrutura ficaram aquém das necessidades de modernização do país.

  3. Falta de educação e qualificação: O sistema educacional em Portugal foi historicamente fraco, com altos níveis de analfabetismo até meados do século 20. Embora tenha havido progressos desde a Revolução dos Cravos, a falta de um sistema educacional robusto e de formação profissional até recentemente dificultou a adaptação ao mercado global e a inovação.

  4. Corrupção e clientelismo: A corrupção sistémica e o clientelismo político sempre foram desafios no país. Isso gerou um ambiente em que as políticas públicas muitas vezes não foram orientadas para o desenvolvimento sustentável e inclusivo, mas para interesses privados e pessoais.

  5. Desigualdade social e territorial: Existe uma forte desigualdade entre as regiões do país, especialmente entre o litoral e o interior. Isso tem contribuído para um desenvolvimento desigual e para a fuga de talentos das regiões mais periféricas, agravando a falta de crescimento em várias áreas do país.

  6. Falta de uma estratégia de longo prazo: Muitos governos não conseguiram desenvolver e implementar uma estratégia de longo prazo que impulsionasse o crescimento económico sustentável. Em vez disso, houve uma tendência para focar em medidas de curto prazo, muitas vezes relacionadas a financiamento externo, como a adesão à União Europeia e os empréstimos do FMI, sem aproveitar as oportunidades para construir uma base sólida para o futuro.

  7. Desindustrialização: Ao longo das últimas décadas, Portugal passou por um processo de desindustrialização, com a perda de grande parte do setor de manufactura e a dependência crescente de serviços e turismo. Embora o turismo tenha sido uma fonte importante de receita, isso também pode ser visto como uma forma de dependência económica que impede o desenvolvimento de uma base industrial robusta e inovadora.

  8. Dívida pública e austeridade: A crise financeira global de 2008 e as subsequentes políticas de austeridade afetaram profundamente o país. A elevada dívida pública e as medidas de austeridade reduziram a capacidade de investimento em áreas-chave como educação, saúde e infraestrutura.

A superação desses desafios exige uma transformação profunda nas políticas sociais, educacionais e econômicas do país. Um movimento para criar soluções inovadoras, melhorar a qualificação da população e investir em áreas de tecnologia e desenvolvimento sustentável pode ser uma chave importante para romper com esse atraso.

Francisco Gonçalves 

E-mail: francis.goncalves@gmail.com 

Imagem gerada pelo ChatGPT Jan2025 

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