O porquê de uma imensa tragédia em Los Angeles em 2025 ?

De facto em muitos casos, os incêndios rápidos e destrutivos em áreas urbanas podem ser atribuídos a uma combinação de caos urbanístico e falta de regulação eficaz. Algumas das questões que contribuem para isso incluem:
1. Desenvolvimento urbano em áreas de risco: Muitas áreas residenciais foram construídas em zonas naturalmente propensas a incêndios, como florestas, montanhas e colinas, onde a vegetação seca pode alimentar os incêndios. A pressão para construir mais casas e expandir as áreas urbanas pode resultar em construções em locais inadequados sem levar em consideração o risco de incêndios.

2. Falta de planejamento e infraestrutura adequados: O planejamento urbano muitas vezes não leva em consideração a necessidade de construir com materiais e design resistentes ao fogo, ou de criar zonas de contenção adequadas, como áreas de separação de vegetação ou barreiras que dificultem a propagação das chamas. Isso significa que, quando o fogo começa, não há recursos suficientes para contê-lo de forma eficaz.

3. Construções com materiais inflamáveis: Como mencionado, muitos bairros em áreas de risco de incêndio são compostos por construções de madeira e outros materiais altamente combustíveis. A falta de regulação ou incentivos para o uso de materiais mais resistentes ao fogo pode agravar a situação.

4. Inadequação dos serviços públicos e de emergência: Em áreas densamente povoadas ou de alto valor, a resposta a incêndios pode ser dificultada pela falta de recursos, equipamentos e pessoal capacitado. Além disso, o uso de recursos privados por moradores ricos, como bombeiros a $2.000 por hora, pode evidenciar uma desigualdade no acesso a serviços essenciais de emergência.

5. Alterações climáticas: Embora o urbanismo e a falta de regulação desempenhem um papel importante, as mudanças climáticas também intensificam os riscos de incêndios. O aumento das temperaturas e a maior incidência de secas tornam as áreas urbanas mais vulneráveis a incêndios, especialmente onde o planejamento urbano e a construção não foram adaptados a essas novas realidades.

Portanto, sim, a falta de regulação e o caos urbanístico podem agravar os impactos de um incêndio, e é crucial que as cidades implementem políticas e infraestruturas mais resilientes para mitigar esses riscos, incluindo regulamentações de construção mais rigorosas e melhor planejamento urbano para proteger as áreas residenciais de desastres naturais como incêndios.

E como se poderiam evitar estas tragedias, sobretudo num país tecnologicamente evoluido ?

A maioria dos incêndios florestais tem, de fato, origem humana, seja de forma intencional ou acidental. Fatores como negligência, atividades criminosas ou falhas humanas em manusear fogo de maneira inadequada são responsáveis por grande parte dos incêndios. Abaixo estão algumas das principais causas humanas e como a detecção preventiva poderia ajudar a evitar esses desfechos catastróficos:

Causas Humanas Comuns:

1. Incêndios criminosos: Alguns incêndios são provocados de forma deliberada, por motivos como vingança, vandalismo, ou até mesmo especulação imobiliária, onde áreas são queimadas para abrir espaço para construções. Estes incêndios podem se alastrar rapidamente e causar grande destruição.

2. Negligência com fogo: Atividades como churrascos ao ar livre, fogueiras não apagadas corretamente, cigarro jogado na vegetação seca, ou até falhas em sistemas elétricos (como fios expostos ou equipamentos de aquecimento mal mantidos) são causas comuns de incêndios acidentais.

3. Desmatamento e queimadas agrícolas: Em algumas áreas, a prática de queimar vegetação para limpar terrenos agrícolas ou criar pastagens pode sair de controle, especialmente em regiões secas, onde a vegetação está altamente inflamável.

4. Falta de infraestrutura e segurança: Em áreas urbanas ou rurais, a falta de controle e fiscalização sobre a gestão da vegetação (corte de mato, poda de árvores) e a instalação inadequada de sistemas elétricos também pode aumentar o risco de incêndios.

Como a Detecção Preventiva Pode Ajudar:

1. Monitoramento e sensores de temperatura: O uso de sensores de temperatura e câmeras térmicas pode permitir a detecção precoce de variações incomuns no calor, identificando potenciais focos de incêndio antes que se alastrem. Essas tecnologias podem ser implantadas em áreas de risco e monitoradas por sistemas automáticos que alertam as autoridades assim que uma anomalia é detectada.

2. Satélites e drones: O uso de satélites para monitoramento ambiental e drones equipados com sensores térmicos permite detectar focos de incêndio em áreas remotas, muitas vezes antes que sejam visíveis a olho nu. Eles podem identificar incêndios em estágios iniciais, quando ainda é possível controlá-los com recursos limitados.

3. Sistema de vigilância em tempo real: Câmeras de vigilância, especialmente em áreas propensas a incêndios, podem ser conectadas a sistemas de monitoramento em tempo real, permitindo que as autoridades detectem imediatamente qualquer incêndio iniciado, além de identificar comportamentos suspeitos ou atividades que possam desencadear incêndios.

4. Campanhas de conscientização e regulação: A educação pública sobre práticas seguras de manuseio de fogo e o controle rigoroso sobre a utilização de queimadas agrícolas podem ajudar a reduzir os incidentes. Além disso, políticas públicas que incentivem a proteção da vegetação e o planejamento urbano de forma a reduzir o risco de incêndios podem prevenir muitos desastres.

5. Tecnologias de previsão de risco: Sistemas avançados de previsão meteorológica, que consideram fatores como vento, umidade e temperatura, podem ser utilizados para criar alertas de risco de incêndio, permitindo que os moradores e as autoridades se preparem melhor. Além disso, modelos preditivos de incêndios podem simular cenários e identificar áreas mais vulneráveis, orientando as ações preventivas.

6. Melhor treinamento e resposta de emergência: Programas de treinamento para a população e equipe de resgate são essenciais para garantir que as pessoas saibam como lidar com a prevenção e o combate a incêndios. Isso pode incluir práticas de evacuação e manejo de incêndios menores antes que se tornem incontroláveis.

Impacto da Detecção Preventiva:

Com a implementação de tecnologias de monitoramento e vigilância, seria possível detectar incêndios em seus estágios iniciais, quando são mais fáceis de controlar. Além disso, a capacidade de identificar ações suspeitas e interromper atividades criminosas antes que resultem em grandes incêndios poderia diminuir significativamente o número de desastres. A combinação de tecnologia avançada, regulamentações eficazes e educação pública é a chave para mitigar os impactos devastadores dos incêndios florestais e urbanos.

Portanto, um sistema robusto de detecção e prevenção poderia, sem dúvida, impedir ou minimizar a propagação desses incêndios, evitando o caos e a destruição que muitos desses incêndios provocam.

Francisco Gonçalves 

francis.goncalves@gmail.com 


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